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Maio 2018
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Agricultura sem solo: a agricultura torna-se vertical

O cultivo de plantas sem utilização de solo pode ajudar a alimentar a crescente população mundial numa altura em que a quantidade de terra arável está a diminuir.

Na Europa, é normal vermos um trator a deslocar-se pelos campos.
Quinta vertical
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Fonte: Dickson Despommier «The Vertical Farm», Zoubeir Azouz Architecture, Technologist Magazine 2015

Nos 28 países da UE, quase metade da superfície total são terras agrícolas1. No entanto, a probabilidade de não ser utilizado solo para cultivar os seus vegetais está a aumentar de forma constante, visto que a agricultura sem solo está em ascensão.

Apesar de o conceito existir há bastante tempo, só agora a agricultura sem solo está a ganhar mais destaque. No século XIX, alguns cientistas afirmaram que as plantas podem ser capazes de crescer sem utilização de solo. Mas não foram os primeiros, uma vez que os Astecas construíram quintas flutuantes no mar e no século XIII os chineses fizeram o mesmo com jardins.

Com as técnicas e o equipamento certos, é possível cultivar plantas em água ou até mesmo em névoa. Ao aplicar uma solução de nutrientes diretamente nas raízes de uma planta, num ambiente controlado, um agricultor pode garantir que a planta terá sempre um crescimento ótimo2. Isto torna a planta mais produtiva.

A hidroponia, um método comum de agricultura sem solo, é utilizada sobretudo para o cultivo de tomates, alfaces, pepinos, pimentos e ervas aromáticas. No entanto, a técnica pode ser utilizada, teoricamente, para cultivar qualquer planta.

Menos terra arável, mais bocas a alimentar

Um fator importante por trás da ascensão da agricultura sem solo é a redução da área de terra arável. Ao longo dos últimos quarenta anos, a Terra perdeu cerca de um terço da área total adequada para a agricultura3. A erosão e a poluição são os principais motivos para a perda de terrenos agrícolas, estando ambas associadas ao aquecimento global. Apesar dos esforços cada vez maiores para combater o aquecimento global, seriam necessários vários anos para reverter a perda de terra arável.

No entanto, com o desenvolvimento de melhores técnicas agrícolas, os agricultores têm conseguido aumentar o volume das suas produções agrícolas. O que é particularmente importante tendo em conta a crescente população mundial. As Nações Unidas preveem que a população mundial atual de cerca de 7,6 mil milhões irá atingir 8,5 mil milhões em 2030 e quase 10 mil milhões em 20504. "A agricultura sem solo pode ter um papel significativo na alimentação do número crescente de pessoas", afirma Marie-Laure Schaufelberger, Especialista de produto para o fundo Pictet-Nutrition.

A agricultura sem solo pode ter um papel significativo na alimentação do número crescente de pessoas.

Marie-Laure Schaufelberger, Especialista de produto

Importância cada vez maior na cadeia alimentar

Uma das principais vantagens da agricultura sem solo é a possibilidade de se tornar vertical e, assim, poupar espaço. Ao sobrepor várias camadas de plantas em recipientes especiais, a produção por metro quadrado é muito maior do que na agricultura tradicional. Além disso, poderá ser menos provável que as pragas e as doenças se tornem um problema.

As estufas podem ser instaladas praticamente em qualquer lugar, ao contrário da agricultura tradicional que tem limitações ambientais. "As iniciativas em pequena escala estão a aumentar", afirma Marie-Laure Schaufelberger. "No entanto, são os grandes projetos que irão ter um impacto maior na nossa economia agrícola. No ano passado, foi aberta a maior quinta vertical do mundo dentro de um armazém em Nova Jérsia, EUA. Tem o potencial para produzir quase 1 milhão de quilos de vegetais frescos por ano, sem utilizar solo, pesticidas ou luz solar. O conhecimento que iremos adquirir a partir destes projetos tornará possível construir instalações ainda maiores e permitirá que a agricultura sem solo tenha um papel significativo na cadeia alimentar."

 

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